Amizades e Idosos: a importância do convívio social
Amizades e Idosos
Por Chris Woolston
Quando o marido de Marge Burger morreu de ataque cardíaco há sete anos, ela fez uma triste descoberta: as viúvas não são convidadas para muitas danças. Ou jogos de cartas. Ou jantares. "Eu ainda tinha amigos leais, mas eu simplesmente não parecia me encaixar", diz ela.
Como muitos idosos de sua idade, a moradora de Portland, Oregon, de 74 anos, caiu em uma rotina solitária e tranquila. Ela gostava de passar tempo com seus filhos e netos, mas passava a maior parte do tempo sentada em casa, tentando não perder um minuto de suas novelas favoritas. Era uma vida confortável e ela odiava isso. "Viver sozinho é um abismo", diz ela. "Quando você curte uma conversa com um gato, as coisas estão feias".
Ninguém em sua situação discordaria: em qualquer idade, a solidão é uma maldição. E para os idosos, a falta de uma vida social pode até ser perigosa para a saúde deles. Pessoas que não saem muitas vezes sucumbem à depressão, uma condição que as torna vulneráveis a muitas doenças, incluindo doenças cardíacas, alcoolismo, diabetes e, talvez, câncer.
Socializar estende sua vida
Mas assim como a solidão pode destruir a vida de uma pessoa, a socialização pode salvá-la. Em um estudo de 13 anos com quase 3.000 idosos, os pesquisadores de Harvard descobriram que atividades sociais como jogar bingo ou frequentar a igreja podem ser tão importantes para a sobrevivência quanto o exercício regular. É isso mesmo: quando se trata de acrescentar anos à vida, procure o bingo.
Os idosos obtêm mais da socialização do que apenas alguns anos a mais de vida. Amizades e atividades reduzem o estresse, ajudam as pessoas a se sentirem dignas e necessárias e estimulam a mente. De acordo com um relatório do Annals of Internal Medicine, os fortes contatos sociais oferecem uma poderosa proteção contra os declínios mentais que freqüentemente acompanham a longevidade. E ter amizades fortes também pode adicionar anos à vida de alguém. Um estudo espanhol publicado na revista BMC Geriatrics em 2007 descobriu que ter um confidente estava ligado a um risco 25% menor de morrer prematuramente do que uma pessoa idosa sem uma forte amizade.
E como Marge Burger descobriu, basta um pouco de esforço para lucrar com os benefícios das amizades. Alguns meses após a morte do marido, ela se envolveu em programas no Elk's Club. Ela se juntou a uma equipe de boliche pela primeira vez em 40 anos. Ela logo fez amizade com outra mulher presa sozinha em casa, e as duas começaram a participar de sinfonias e cultos juntos.
Voltando à igreja fez a maior diferença em sua vida, ela diz. "Eu me sinto muito segura lá", diz ela. "Há sempre alguém que quer chegar até você."
Agora com 81 anos, ela aprecia seus amigos, familiares e sua vida social mais do que nunca. "Quando eu tenho chances de rir, relembrar e compartilhar, não estou pensando sobre o quanto minhas costas doem ou o quanto meus pés doem", diz ela. "Qualquer situação melhora quando você tem pessoas ao seu redor."
Referências
Rodriguez-Laso, Angel, Zunzunegui, Maria Victoria, et al, "The effect of social relationships on survival in elderly residents of a Southern European community: a cohort study," BMC Geriatrics 2007, 7:19.
Glass, Thomas A. Population based study of social and productive activities as predictors of survival among elderly Americans. BMJ. Vol. 319, 478-483.
Fourteen Friends. Fourteen Friends' Guide to Eldercaring: Practical Advice, Inspiration, Shared Experiences, Space for Your Thoughts. Broadway Books: 2000. p.160.