Boa parte dos remédios contra pressão não funciona tão bem quanto diuréticos, diz estudo
Por Suprevida
A maioria dos remédios de primeira linha contra hipertensão podem ser menos eficientes e gerar mais efeitos colaterais do que os tratamentos antigos, disponíveis há décadas, informa o site Healthline.
Um estudo publicado em outubro de 2019 na conceituada revista médica The Lancet descobriu que pessoas com pressão alta para as quais tinha sido prescrito diuréticos do tipo tiazida apresentaram 15% menos ataque cardíaco, AVC e hospitalização por causa da hipertensão do que quem iniciou o tratamento com remédios para hipertensão. “Além disso, os diuréticos foram mais seguros em termos de efeitos colaterais”, disse George Hripcsak, da Universidade de Columbia (EUA) e autor do estudo ao Healthline.
Entre os efeitos colaterais desses remédios está inchaço, tosse e, em casos mais graves, insuficiência renal.
O mais famoso desses medicamentos é aquele baseado em inibidores da ECA, sigla em português para enzima conversora de angiotensina. A angiotensina é um hormônio produzido naturalmente pelos rins. Ao bloquear o efeito da angiotensina, o remédio provoca a dilatação dos vasos sanguíneos e, portanto, reduz a pressão arterial. A tiazida também atua nos rins, aumentando a remoção do sódio – mineral que, sabe-se, eleva a pressão arterial.
A pesquisa é considerada a mais abrangente já feita em comparar o efeito de duas classes de remédios para pacientes em início de tratamento. Os pesquisadores analisaram os dados médicos de quase 5 milhões de pessoas que começaram tratamento para hipertensão entre 1996 e 2018.
O estudo foi. Porém, os especialistas adiantam que ainda é cedo para falar em mudanças radicais nas diretrizes para o tratamento de hipertensão.
O tratamento
O tratamento inicial para hipertensão – quando alguém é diagnosticado – começa com remédios que pertencem a uma dessas categorias, diz o Healthline:
• diuréticos do tipo tiazida
• inibidores de ECA
• bloqueadores de canais de cálcio
• bloqueadores de receptores de angiotensina (BRA, na sigla em português)
Mas especialistas admitem, afirma a Healthline, que ainda não há provas claras de qual desses remédios é o melhor e que a maior parte dos médicos prescreve baseado em opiniões próprias e não em provas científicas.
Em 2018, 24,7% da população que vive nas capitais brasileiras disseram hipertensão, segundo resultado do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), ou seja, praticamente 1 em cada 4 brasileiros adultos convive com a doença.
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