Desnutrição: fator de risco na reinternação do idoso
Desnutrição é uma das principais causas de reinternação hospitalar
Projeções feitas pelo IBGE dão conta que, em 2060, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos de idade. O longevidade da população traz uma série de impactos, entre eles, os custos para os planos de saúde e para o próprio idoso, que muitas vezes arca com as despesas relacionadas à sua saúde.
A longevidade da população vem acompanhado do aumento de doenças agudas e crônicas e, claro, do risco de internações hospitalares. Acontece que idosos são mais suscetíveis a terem problemas de desnutrição, por vários motivos, entre eles:
- o olfato e o paladar são reduzidos;
- problemas de dentição podem dificultar a mastigação de alimentos;
- a mobilidade reduzida pode dificultar a saída de casa para compras de supermercado e para o preparo de refeições;
- depressão, comum nessa faixa etária, muitas vezes faz com que o idoso não tenha vontade de se alimentar
Segundo a Liga de Geriatria Unicamp, por causa de todos esses problemas, 55% dos idosos hospitalizados estão desnutridos no momento da admissão. O déficit nutricional traz uma série de impactos, como o aumento do risco de morte, a maior incidência de complicações e o maior tempo de internação.
Embora durante o período de hospitalização ele receba uma nutrição voltada a seu caso específico, muitas vezes não se consegue resolver o problema nutricional daquele idoso no período em que ele permanece no hospital. Mais do que isso, ao ser liberado para retornar para casa, é comum que aquele idoso volte à sua antiga rotina de má alimentação, ainda que tenha recebido orientações antes de ter tido alta. Resultado: desnutrido, ele volta a ser reinternado.
Só para que se tenha uma ideia, um estudo publicado em 2017 mostrou a desnutrição eleva em até 4 vezes o risco de readmissão e de mortalidade num período de 7 dias após a alta, e dobra as chances em um período entre 8 e 180 dias após o idoso ter sido liberado do hospital.
No período de recuperação em casa, é fundamental estar atento a alguns sinais que o seu ente querido pode apresentar e que são indicativos de desnutrição ou déficit de nutrientes. Confira:
- observe se as roupas começaram a ficar largas, sinal de perda de peso/
- verifique se o seu ente querido faz realmente as refeições. Se ele vive em uma clínica de idosos, procure conversar com a equipe técnica;
- mau hálito, unhas quebradiças, queda de cabelo são sinais de falta de nutrientes. Talvez seja o momento de fazer uso de suplementos;
- urina de cor forte indica que a hidratação não está boa;
- preste atenção aos sinais emocionais que o seu ente querido lhe dá. Ele anda amuado? Não tem vontade de sair da cama? Parou de se alimentar? Esses podem ser sinais de depressão, e ela afeta significativamente a ingestão de alimentos.