Doença hepática gordurosa ligada ao álcool é mais fatal para mulheres
A doença hepática gordurosa pode causar danos ao fígado e pode ser um dos efeitos do consumo excessivo de álcool a longo prazo para a saúde.
Agora, pesquisas mostram que a doença pode ser ainda mais mortal para as mulheres que bebem do que para os homens.
Também chamada de doença hepática esteatótica, a condição envolve o acúmulo constante de excesso de gordura no principal órgão de limpeza do sangue do corpo.
Um fígado deficiente pode ter um efeito importante na saúde, observou a autora principal do estudo, Dra. Susan Cheng.
“A doença hepática esteatótica é uma condição importante e cada vez mais prevalente, provavelmente um precursor subjacente de muitas condições, incluindo aquelas que envolvem o coração”, disse Cheng, que dirige o Instituto de Pesquisa sobre Envelhecimento Saudável do Smidt Heart Institute do Cedar-Sinai, em Los Angeles.
“Estamos prestando ainda mais atenção à doença hepática esteatótica porque estamos vendo como ela acompanha de perto os fatores de risco cardiovasculares estabelecidos, como hipertensão, colesterol alto e diabetes”, acrescentou Cheng em um comunicado à imprensa do Cedars-Sinai.
Porém, nem todas as formas da doença são causadas pelo uso excessivo de álcool. Dois subconjuntos de doença hepática esteatótica estão associados ao consumo excessivo de álcool: doença hepática relacionada ao álcool (ALD) e doença hepática associada à disfunção metabólica e relacionada ao álcool (MetALD).
O novo estudo foi publicado no Journal of Hepatology.
Em sua pesquisa, o grupo de Cheng usou dados de saúde do governo federal dos EUA de mais de 10 mil adultos. A saúde deste grupo foi monitorada a partir do final da década de 1980 e início da década de 1990. Como parte dos dados, todos os participantes foram submetidos a exames de fígado e outros exames médicos.
Cerca de um quinto do grupo de estudo desenvolveu alguma forma de doença hepática gordurosa ao longo do tempo, descobriram os pesquisadores, e os homens tinham duas vezes mais probabilidade de ter a doença do que as mulheres.
No entanto, durante um período de acompanhamento médio de cerca de 27 anos, as mulheres com doença hepática gordurosa tiveram duas vezes mais probabilidades de morrer em comparação com os homens.
Quando se tratava das probabilidades de morrer de doença hepática gordurosa relacionada com o álcool, especificamente, a disparidade de género permanecia.
As mulheres com ALD tinham um risco 160% maior de morrer do que os homens com a doença, e também tinham uma probabilidade 83% maior de morrer de MetALD, descobriu a equipe de Cheng.
O 'Met' no MetALD refere-se a problemas metabólicos – obesidade, diabetes, pressão alta, colesterol alto – que também podem desencadear acúmulo de gordura no fígado.
De acordo com os pesquisadores, as mulheres com qualquer um desses fatores de risco precisam estar especialmente conscientes de seu consumo de álcool, uma vez que uma combinação de consumo excessivo de álcool e problemas metabólicos aumenta a probabilidade de acúmulo de gordura no fígado.
Ainda não está claro, entretanto, por que o fígado feminino pode ser especialmente vulnerável a essas alterações. Cheng e sua equipe planejam mais pesquisas para descobrir isso, bem como identificar como os riscos para as mulheres podem ser reduzidos.
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Escrito por: Ernie Mundell