Doença renal: a importância da dieta no tratamento?

Muitos pacientes com doença renal estão no escuro sobre dieta

A dieta correta pode retardar a doença renal crônica, mas 90 por cento dos pacientes que não necessitam de diálise nunca veem um nutricionista, uma nova pesquisa constata.

"A maioria dos adultos com doença renal crônica permanece pouco informado sobre como a dieta influencia no controle e na progressão da doença", explicou a autora do estudo, Holly Kramer, da Universidade Loyola, em Chicago.

A Fundação Nacional do Rim e a Academia de Nutrição e Dietética recomendam "terapia nutricional médica" para todos os pacientes com doença renal, independentemente do estágio da doença.

Este tipo de terapia inclui avaliação da dieta individualizada, planejamento de cuidados e educação dietética por um nutricionista registrado.

Ao melhorar o controlo do açúcar no sangue e a pressão sanguínea, a terapia nutricional médica pode retardar a progressão da doença renal. Isso pode atrasar ou prevenir a insuficiência renal e a necessidade de diálise ou transplante renal, disseram os autores do estudo.

Muitos pacientes recebem aconselhamento dietético de médicos ou enfermeiros, mas geralmente são breves e geralmente oferecem apenas recomendações gerais, como reduzir a ingestão de sal ou proteína, mostraram os resultados.

Os autores do estudo sugeriram várias razões pelas quais tão poucos pacientes com doença renal receberam terapia nutricional médica. Alguns médicos não encaminham pacientes porque acreditam erroneamente que a terapia não é abordada. Alguns médicos podem não entender o papel significativo da dieta na doença renal, e alguns duvidam que a terapia seja eficaz.

Os pesquisadores também observaram que um número limitado de nutricionistas é treinado no manejo de doenças renais.

"A alta carga, custo e crescimento da doença renal crônica requer ação urgente, e os serviços de terapia nutricional médica devem fazer parte de qualquer plano amplo para reduzir a incidência de insuficiência renal e melhorar a saúde pública", concluíram os autores do estudo.

O estudo foi publicado em 1º de agosto no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.