Hábitos para levar além da pandemia: máscaras
Álcool em gel, máscaras, distanciamento social, lavar as mãos constantemente. Esses são alguns dos hábitos que boa parte do mundo incluiu no seu dia a dia com a chegada do novo coronavírus, o COVID-19.
No entanto, o uso de máscaras, por exemplo, não deve ser descontinuado após a criação da vacina. Isso porque um estudo realizado pela Universidade de Yangzhou aponta que a descarga de banheiros e mictórios públicos podem transmitir partículas contaminadas no ar.
O pesquisador Xiangdong Liu e sua equipe descobriram que mais de 57% das partículas de aerossol são liberadas quando damos descarga em um mictório. Essas partículas podem atingir as coxas de um homem em 5,5 segundos. Em um vaso sanitário com descarga, as partículas levam 35 segundos.
Em países como o Japão, o uso de máscaras diariamente é algo já inserido em sua cultura. Isso acontece por diversos motivos. De acordo com a BBC, durante o período Edo (1603-1868), as pessoas cobriam o rosto com um pedaço de papel ou com um ramo de sakaki, planta que impede que o seu “hálito sujo” saísse.
No entanto, foi a gripe espanhola que fez com que os japoneses incorporassem o uso das máscaras no seu cotidiano. No início do século 20, o Japão contava com uma população de 57 milhões de habitantes, e o impacto nesse número foi evidente: 23 milhões de infectados e 390.000 mortes.
Para controlar esses números, o governo japonês criou estratégias de vacinação, isolamento e uso de máscaras faciais ou cirúrgicas – métodos que estão sendo utilizados hoje em dia, com a pandemia de COVID-19.
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Além disso, os japoneses perceberam que as máscaras atuavam como uma barreira de proteção contra a poluição também, já que a qualidade do ar no Japão é moderada. Em 2011, o sismo e tsunami de Tohoku destruiu a usina nuclear de Fukushima, reforçando a necessidade do uso das máscaras.
Na epidemia de Sars, que atingiu o sudeste da Ásia em 2003, o Japão não teve vítimas justamente pelo uso das máscaras, enquanto na China, seu país vizinho, a Sars causou mais de 5.000 infecções e quase 350 mortes.
No Brasil, no entanto, o acessório só começou a ser utilizado recentemente. Em contrapartida, o uso do álcool em gel foi inserido no cotidiano dos brasileiros em 2009, com o surto global do vírus H1N1, que contou com mais de 53 mil casos.
A pandemia de COVID-19 é a segunda pandemia a afetar o Brasil no século 21, e em menos de 20 anos. Levando isso em consideração, é necessário que os hábitos de higiene e proteção dos brasileiros continuem redobrados mesmo após a criação da vacina contra o novo coronavírus.
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