COVID-19: O que a dermatologia tem a ver com tudo isso?
Por Dra. Andrea Godoy
Dermatologista CRM 97673
Saíram publicações, anedóticas e também sem comprovação, relatando que algumas lesões de pele podem ser preditivas ou indicativas de infeção por COVID-19. Este coronavirus da família beta, o SARS-CoV2, não tem estrutura homóloga total com outros coronavírus; portanto o que aprendemos com os demais vírus, não pode ser intuído para a pandemia que vivemos hoje.
Sabemos que na pele há diversas manifestações que podem ser suspeitas ou indicativas de doenças internas, tornando a observação propedêutica dermatológica um instrumento interessante para diagnósticos; os dermatologistas devem colaborar orientando medidas profiláticas adequadas, estar vigilantes a qualquer erupção cutânea e seus diagnósticos diferenciais.
Quem sabe teremos mais um sinal que permita afastamento de suspeitos antes mesmo de sintomas respiratórios e isso ainda venha a salvar vidas?
O que foi relatado, mas não é uma verdade absoluta, pois não está na maioria dos pacientes e não tem exames comprobatórios, foram casos de exantema, ou seja, manchas avermelhadas por todo corpo, que se confundem com dengue e outras doenças infecciosas da infância; petéquias, que são pontinhos de sangue (que não somem quando pressionados) nas extremidades, pernas, pés, antebraços e mãos, presentes em reações a medicamentos e processos de vasculite; arroxeamento com resfriamento intenso de dedos.
Todos esses sinais que já foram relatados em um número muito pequeno de pacientes, surgiram antes de qualquer sintoma conhecido ou testes de comprovação de covid 19; inclusive em crianças assintomáticas no início.
Quanto ao novo coronavírus, não podemos ter certeza que a pele indique a doença, mas levantar essa suspeita vai permitir que uma observação mais atenta venha a acontecer e quem sabe, futuramente, venha a fazer parte de um quadro de sinais e sintomas preditivos da doença.