Pesquisa encontra Staphylococcus contagiosa em erupções cutâneas relacionadas ao lúpus
Por Robert Preidt
Erupções cutâneas em pessoas com lúpus podem ter altos níveis de bactérias causadoras de doenças que podem infectar outras pessoas, de acordo com um novo estudo.
Os pesquisadores descobriram que metade das erupções cutâneas em pacientes com lúpus apresentava níveis anormalmente altos de Staphylococcus aureus (ou estafilococo), uma bactéria comum associada a infecções de pele.
Isso significa que "a pessoa com erupção cutânea é portadora da bactéria e pode espalhá-la para outras pessoas", disse a autora sênior J. Michelle Kahlenberg, professora associada de reumatologia da Michigan Medicine, da Universidade de Michigan.
"Além disso, identificamos que uma proteína na pele de pacientes com lúpus, chamada interferon, aumenta a viscosidade do estafilococo na pele", disse ela em um comunicado da universidade.
O lúpus é um distúrbio autoimune que afeta as articulações, rins, pele, coração e pulmões. Embora as erupções cutâneas sejam um efeito colateral comum do lúpus, os pesquisadores foram surpreendidos pelas populações anormalmente elevadas de estafilococos nas erupções cutâneas das pessoas com a doença.
"Pacientes com lúpus tiveram colonização por estafilococos na pele a uma taxa superior à relatada em adultos saudáveis - 40% em comparação com 30%", disse Kahlenberg. "E quando os pacientes com lúpus tiveram erupções cutâneas ativas ou lesões, essa taxa aumentou para 50%".
Staph é uma das principais causas de infecção em pacientes com lúpus, ela observou.
"Outros demonstraram que pode estar associado a crises de doenças e desenvolvimento de nefrite lúpica ou inflamação do rim em pacientes com lúpus", disse Kahlenberg.
Agora, ela está inscrevendo pacientes em um ensaio clínico para testar se antibióticos tópicos podem diminuir a inflamação e erupções cutâneas na pele de pacientes com lúpus.
"Isso é importante porque, se for verdade, a adição de antibióticos tópicos pode ser uma maneira simples de melhorar a resposta ao tratamento na pele com lúpus e reduzir a capacidade dessas erupções serem colonizadas por estafilococos", disse Kahlenberg.
O estudo foi publicado recentemente no Journal of Investigative Dermatology.