Pesquisas mostram que a vacina contra a tuberculose pode ajudar a proteger contra o COVID-19
Por Robert Preidt
Uma vacina contra tuberculose pode ajudar a reduzir o risco de morte por COVID-19, sugerem os pesquisadores.
Os países em desenvolvimento têm taxas de mortalidade por COVID-19 abaixo do esperado, e uma vacina contra a tuberculose administrada em países com altas taxas de tuberculose pode desempenhar um papel significativo na redução das taxas de mortalidade por COVID-19, de acordo com autores de um novo estudo.
A vacina, que é rotineiramente administrada em crianças em países onde a infecção por TB é comum, é chamada Bacille Calmette-Guérin, ou BCG. "Em nossa pesquisa inicial, descobrimos que países com altas taxas de vacinação com BCG tinham taxas mais baixas de mortalidade", disse Luis Escobar, professor assistente da Faculdade de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Virginia Tech.
"Mas nem todos os países são iguais: a Guatemala tem uma população mais jovem que, a Itália, por exemplo. Então tivemos que fazer ajustes nos dados para acomodar essas diferenças", afirmou ele em um comunicado de imprensa da universidade.
Para o estudo, Escobar e colegas do Instituto Nacional de Saúde dos EUA coletaram dados de mortes por COVID-19 em todo o mundo.
Eles consideraram variáveis como renda, acesso a serviços de educação e saúde, distribuição de população e idade. Em todas elas, houve uma ligação persistente entre as taxas mais altas de vacinação com BCG e as taxas mais baixas de pico de mortalidade por COVID-19.
"O objetivo do uso da vacina BCG para proteger contra COVID-19 grave seria estimular uma imunidade ampla, inata e de resposta rápida", disse Escobar.
As vacinas BCG demonstraram fornecer ampla proteção para várias doenças respiratórias virais, além da tuberculose. Os resultados são preliminares e não comprovam causa e efeito. É necessário que seja feito mais pesquisa, enfatizou Escobar.
"Não queremos aconselhar políticas nesta pesquisa. Ao contrário, é um pedido de mais pesquisas. Precisamos ver se podemos replicar isso em experimentos e, potencialmente, em ensaios clínicos. Também precisamos voltar aos dados à medida que obtemos mais informações, para que possamos reavaliar nossa compreensão da pandemia de coronavírus", disse Escobar.
A Organização Mundial da Saúde disse que não há evidências atuais de que a vacina BCG possa proteger contra o COVID-19, e não é recomendada para esse fim.
Estão em andamento estudos clínicos para determinar se a vacinação com BCG em adultos oferece proteção contra COVID-19 grave.
O estudo foi publicado em 9 de julho de 2020 na revista Proceedings da National Academy of Sciences.
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