Por que ter é importante encontrar um propósito na terceira idade?
Por Suprevida
Nunca se falou tanto em propósito como nos últimos anos, tanto no nível pessoal quanto no nível corporativo. Propósito de vida é o que nos faz levantar da cama todas as manhãs, o que nos move, o que nos motiva e engaja. Só que a verdade é que não nos damos conta de como isso é importante e poderoso para as nossas vidas até que isso seja tirado de nós ou seja perdido em algum momento de nossas vidas.
Quando éramos crianças, não pensávamos nisso porque o propósito para as nossas vidas não foi algo que construímos nem buscamos por nós mesmos. Pelo contrário: ele nos foi determinado pelos adultos que nos cercavam – os nossos pais ou cuidadores. Para praticamente toda a criança, o propósito de vida que lhes foi dado era ir para a escola, tirar boas notas, passar de ano, fazer faculdade, formar-se.
Quando chegamos ao fim da faculdade, esse propósito perdeu o seu prazo de validade. Tivemos, nós mesmos, que descobrir as razões que nos movem adiante. Fomos construindo propósitos em nossas vidas profissionais à medida em que fomos moldando os nossos valores.
E quando chega a aposentadoria? Esse talvez seja o segundo momento em nossas vidas que nos vemos com um propósito que teve a validade vencida. Encerramos a nossa vida profissional, temos mais tempo livre… e aí? O que vai mover a nossa existência até o fim dos nossos dias?
Marcos costumam ser morte ou doença
Quando envelhecemos, é comum que alguns fatos nos façam repensar a vida e o nosso modo de viver. A morte de um ente querido ou o aparecimento de alguma doença costumam ser gatilhos para a nossa busca por um propósito.
Quando algo ruim acontece, costumamos usar aquele fato para refletir sobre a nossa vida e o significado dela, sobre os nossos valores e se realmente eles fazem sentido naquele momento de nossa existência. É o que chamamos de senso de propósito.
A importância de encontrar um propósito nesta fase da vida vai muito além de termos tempo livre para recuperar o nosso senso de identidade. Tem um impacto profundo em quanto tempo mais vamos viver – e o quão bem vamos viver até o fim dos nossos dias.
Ter um propósito impacta na saúde do idoso
Antes de haver estudos científicos a respeito do impacto de se ter um senso de propósito na saúde, muita gente associava a ideia de se ter um objetivo na vida à espiritualidade ou religiosidade. Hoje, os pesquisadores têm muitas evidências que embasam a ideia de que precisamos de algo que nos motive a levantar da cama de manhã todo santo dia.
Muitas pesquisas vêm mostrando a relação entre senso de propósito e longevidade. Um estudo de 2019 da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, avaliou como viviam 7 mil pessoas acima de 50 anos e concluiu que aquelas que não tinham um forte propósito de vida tinham maior taxa de mortalidade ao longo dos anos – descontados aí as chances de morrer por doenças comuns a partir dessa faixa etária, como é o caso das doenças carviovasculares. O estudo foi publicado na conceituada revista científica The Journal of the American Medical Association.
“Nessa fase, é preciso descobrir novas motivações e ficar atento ao isolamento social, que pode levar à depressão”, disse o médico Carlos André Uehara, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, à revista Saúde.
Leva à alegria e à saúde do cérebro
Ao se imbuírem com um objetivo na vida, idosos aproveitam com mais gosto os pequenos momentos de seu dia e enfrentam com mais força os desafios do envelhecimento, independentemente de suas condições de saúde.
Fazer coisas que importam também é parte do nosso propósito de vida. Muitas instituições que trabalham com saúde, meio ambiente, aceitam o trabalho voluntário de pessoas da terceira idade. Exercer voluntariado, além de ajudar outras pessoas ou causas, leva o idoso a usar memória de curto prazo e habilidades de pensamento crítico. Quando o cérebro é estimulado, caem os riscos de demência e outros problemas cognitivos.
Como buscar coisas que motivem?
Não existe uma receita. A turma da terceira idade precisa buscar as coisas que dão a ela um sentimento de conexão com ela mesma e, consequentemente, com as outras coisas que a cercam. Eis algumas sugestões de hábitos e práticas que podem ajudar a gerar senso de propósito.
1- Cultive a curiosidade
O que interessa a você que você gostaria de saber mais? Que habilidades faltam a você que gostaria de poder desenvolver? Nunca é tarde para aprender algo novo, estudar, desenvolver novas capacidades. De fazer uma nova faculdade (por que não?) a aprender uma nova língua, vale tudo.
2- Viaje
Saia da rotina. Viaje, explore novos lugares. Ao viajar para lugares que você nunca imaginou e conhecer todos os tipos de pessoas, você pode encontrar um novo propósito diariamente.
3- Reflita, faça perguntas a você mesmo
Pergunte-se: quando você está tão imerso em algo que se esquece de comer? Que atividades fazem você se sentir totalmente engajado, relaxado, mas também desafiado? Reflita sobre isso e procure buscar aquilo que realmente engaja você.
4- Que tal iniciar uma prática diária?
Que tal começar a meditar e iniciar o seu dia com meditação ou uma caminhada na rua? Procure ter um diário e registrar as atividades que promovem em você uma sensação de bem-estar. Olhar para dentro de nós mesmos pode nos ajudar a alcançar um objetivo na vida.
5- Seja necessário para os outros
Senso de propósito também é cultivado a partir da nossa conexão com outras pessoas. Por isso é tão comum pessoas sem propósito de vida serem pessoas solitárias e não sociáveis.
Ser necessário a quem nos cerca é ter senso de propósito. Quem não gosta de sentir que está contribuindo para algo maior que elas mesmas? Um estudo de 2014 constatou que pessoas que se envolvem em comportamentos mais altruístas, como voluntariado, tendem a ter um maior senso de propósito em suas vidas.
Encontre maneiras de participar, contribuindo com o conhecimento e a sabedoria que você construiu ao longo da vida. Você pode ajudar a tomar conta do seu neto ou do neto de uma pessoa querida, por exemplo.
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