Saiba como a tireoide pode afetar a sua pele e a sua aparência
Por Suprevida
A pele é o maior órgão do corpo e, por causa disso, sofre o tempo todo. E não são apenas os agressores externos como a poluição e os raios solares que fazem a pele ficar calejada, mas também fatores internos, como distúrbios nos hormônios.
Quando eles estão desbalanceados para mais (hipertireoidismo) ou para menos (hipotireoidismo), eles podem levar a uma série de sintomas em todo o corpo, inclusive na pele.
Pele mais oleosa quando se está menstruada é apenas um exemplo de como os hormônios podem impactar a pele.
O que é a tireoide
A tireoide é uma glândula localizada na frente do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão, que tem o formato que lembra uma borboleta. Quando ela não apresenta problema nenhum, a tireoide não é visível externamente nem pode ser sentida se você aplicar pressão com os dedos no pescoço. Agora, quando ela apresenta algum problema, a glândula fica perceptível externamente, como se o seu pescoço estivesse inchado.
Ela produz hormônios que basicamente regulam muitas atividades do corpo, entre elas o nosso batimento cardíaco (se o coração bate mais rápido ou devagar), o nosso peso, o ciclo menstrual, os níveis de colesterol e muitas outras coisas.
A glândula tireoide usa o iodo contido em muitos alimentos para produzir dois hormônios principais: o T3 e o T4. Esses hormônios, quando são liberados pela tireoide, viajam pela corrente sanguínea para alcançar quase todas as células do corpo. Eles vão regular a velocidade com que as células trabalham, o chamado metabolismo.
Por exemplo, T3 e T4 regulam sua frequência cardíaca e a velocidade com que o intestino processa os alimentos. Assim, se os níveis de T3 e T4 estiverem muito baixos, sua frequência cardíaca poderá ser mais lenta que o normal e você poderá ter constipação e apresentar ganho de peso. Agora, se os níveis de T3 e T4 forem altos, você pode ter uma frequência cardíaca alta, diarreia e perda de peso.
Normalmente, tireoide produz o número exato de hormônios necessários para manter o metabolismo do corpo funcionando e em equilíbrio. No entanto, existem vários distúrbios associados à glândula que impactam a produção de hormônios. Quando ela produz muito hormônio, temos uma condição chamada de hipertireoidismo. Quando ela não produz hormônio suficiente, temos o chamado hipotireoidismo.
Hipotireoidismo
O hipotireoidismo pode acometer qualquer pessoa, mas é mais frequentemente visto em mulheres. Para que se tenha uma ideia, ele é 8 vezes mais frequente em mulheres do que em homens.
Baixos níveis de hormônios da tireoide podem causar uma série de sintomas, inclusive na pele. Uma das condições mais comuns de quem tem esse problema é a pele extremamente seca, também chamada pelos médicos de xerose. Isso acontece devido ao fato de o hipotireoidismo afetar a produção de suor pelo corpo.
Quase 60% das pessoas com baixa produção de hormônios percebem uma mudança na textura e na hidratação da pele, que, dependendo do caso, chega a ter uma aparência de escama.
Além da pele propriamente dita, palmas das mãos e solas dos pés podem ficar grossas e também muito secas, podendo até rachar. Por isso, é fundamental que quem tem hipotereoidismo hidrate bem a pele e os pés com cremes umectantes e hidratantes.
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Hipotireoidismo também reduz a chegada de sangue na pele, por isso ela costuma ficar mais pálida e fria. Outro sintoma bastante comum é a pele ter uma cor alaranjada, especialmente nas palmas das mãos e na região entre o nariz e o lábio. Isso acontece por causa do acúmulo do caroteno na pele. Caroteno é o pigmento que, entre outros, dá cor laranja à cenoura.
Quem tem hipotireoidismo também costuma ter bastante urticária (coceira). Inclusive é preciso tomar cuidado para não se machucar coçando o corpo.
Mas não é só. Quem tem baixa produção de hormônios tireoidianos costuma ficar com o cabelo mais grosso, quebradiço e sem brilho. Isso acontece porque há baixa produção de gordura (chamada de sebo) pelas células do cabelo. Além disso, é comum perda de cabelo. Isso é bastante visível quando se toma banho e lava o cabelo ou quando se penteia o cabelo.
Também há perda de pelos no corpo, especialmente nas pernas, abaixo do joelho. Os pelos pubianos e da axila chegam a ficar esparsos. Já as unhas ficam bem enfraquecidas. Dá para notar que elas ficam estriadas. E mais importante, quem se machuca vai notar que leva muito mais tempo para a ferida cicatrizar.
Um sintoma que costuma incomodar bastante quem tem hipotireoidismo grave ou há muito tempo é o inchaço do rosto e das pálpebras, condição que os especialistas chamam de mixedema. Às vezes, até dos lábios. Mas atenção: nem todo inchaço é sinal de problema de tireoide! Muitos tranquilizantes também podem levar a um inchaço bem parecido.
Geralmente, esses sintomas são bem reduzidos e às vezes muitos deles até desaparecem quando se inicia uma reposição hormonal, ou seja, quando se começa a tomar hormônios para repor os que não estão sendo produzidos pelo corpo. A quantidade do hormônio é estimada pelo médico, depois que ele avalia os exames hormonais.
Hipertireoidismo
Assim como acontece com o hipotireoidismo, o hipertireoidismo é mais comum nas mulheres, mais ou menos na proporção de 1 mulher afetada para cada 5 homens. A disfunção também é bastante comum em quem fuma e em idosos – de novo: especialmente em mulheres.
Os sintomas são mais ou menos o oposto do que acontece no hipotireoidismo. Ao invés de pele fria e pálida, quem tem a disfunção apresenta um aumento da circulação cutânea, o que faz a pessoa sentir calores e geralmente apresentar vermelhidão no rosto e palmas da mão.
Outro sintoma comum é a transpiração excessiva, principalmente nas palmas das mãos e solas. É o que os médicos chamam de hiperidrose. Mesmo quem não apresenta hiperidrose vai perceber que a pele é bem mais úmida.
Além disso, a pele parece bem macia e suave, com uma aparência que lembra a pele de uma criança.
Tem algum desses sinais?
Se você leu este texto e percebeu que tem um ou mais sintomas como os relatados, é hora de procurar um endocrinologista. Ele deverá fazer uma avaliação e pedir uma série de exames de sangue para verificar se a sua tireoide está preguiçosa ou trabalhando feito louca. Tanto o hipo como o hipertoreoidismo são disfunções tratáveis com remédios.